12 setembro 2006

Alvarenga - Igreja de Santa Cruz de Alvarenga, século XI

  • Enquadramento (Texto da DGEMN)
    Rural, isolado. Implanta-se em encosta de pendor suave dominando ampla área de agricultura; adro murado desnivelado com pavimento em calçada. Limitado a E pelo cemitério em plataforma elevada, coreto a SE, casa paroquial a NO e cruzeiro diante da fachada principal.
  • Descrição (Texto da DGEMN)
    Planta longitudinal, composta por nave única, capela-mor e sacristia adossada do lado S., volumetricamente distintas, com coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas, aos quais se une à direita, a S., ligeiramente recuada em relação ao plano da frontaria, torre sineira quadrangular coberta com coruchéu. Fachada principal flanqueada por pilastras com portal único encimado por janela do coro gradeada, vãos rectangulares simples; entre os dois vãos existe uma pedra com inscrição delida; na empena, cornija, pináculos de remate piramidal com esfera sobre os cunhais e cruz no vértice. Torre sineira de dois registos com pilastras nos ângulos, sobrepostas de friso e cornija; no registo superior, um único vão de arco redondo em cada face; pináculos de remate bulboso nos ângulos e coruchéu. Fachadas laterais com cornija de cantaria sendo a da capela-mor de secção quadrada saliente e apoiada em cachorrada constituída por modilhões simples, dispostos irregularmente. Na da direita, escada de acesso ao coro alto e à torre implantada longitudinalmente, vãos rectangulares simples em duas janelas e uma porta travessa na nave, uma fresta no corpo da sacristia e uma janela na capela-mor. Na fachada lateral esquerda uma porta no corpo da nave, e na capela-mor tem uma estreita fresta, uma janela e outra porta junto aos ombros; os cunhais da nave são coroados por pináculos piramidais com remate em esfera e as empenas levantadas, elementos que estão ausentes na capela-mor. Interior com coro-alto resguardado por balaustrada de madeira; pavimento de madeira e lambril de azulejos de tapete industriais; púlpito sem escada, colocado do lado do Evangelho, com bacia de pedra moldurada apoiada numa mísula em quarto de coroa circular e parapeito de madeira entalhada e dourada; na parede oposta, arcosólio de arco quebrado de arestas chanfradas cavado na parede já sem caixa tumular e com a parte superior cortada; arco triunfal com pilastras de impostas salientes e dois arcos retabulares simples nos flancos; na capela-mor, pavimento de madeira no 1º terço seguido de patamar em granito com escadaria encaixada ao centro de 2 degraus; as paredes mostram as cantarias não rebocadas com vestígios de pinturas do lado esquerdo não se identificando completamente os motivos; do lado direito, sob a fresta, dois nichos postos a par de recorte em arco quebrado. Retábulos colaterais e sanefas de talha, branco e ouro. Na nave e na capela-mor, e as coberturas internas são curvas e lisas em madeira pintada mostrando tirantes na nave.
  • Cronologia (Texto da DGEMN)
    1094 - Doação de uma parte da igreja ao mosteiro de Arouca;
    séc. XIII e XIV - Fábrica gótica que se conserva na capela-mor e junto aos ombros da nave; séc. 18, meados - reforma geral do edifício com ampliação da capela-mor e da nave;
    1785 - Referência ao estado de ruína da igreja onde existiam quatro monumentos funerários sendo um da Casa dos Montenegros, outro dos Casais e de Tondela, não se identificando os restantes;
    1788 - No Inquérito Diocesano refere-se o estado de ruína da igreja;
    séc. XVII, fins - Projecto de construção de uma nova igreja no Penedo, que não chega no entanto a concretizar-se;
    séc. XIX, fins/séc. 20, inícios - Não se tendo realizado outro projecto de construção de nova igreja na Corredoura, opta-se pela reforma geral da existente com substituição do arco triunfal, alteamento dos corpos da nave e da capela-mor, construção da torre sineira e de nova frontaria: construção da torre sineira por Nicolau Martins, galego, pela quantia de 220.000 réis em 1906 e alteamento das paredes da igreja em 1907;
    séc. XX, inícios - construção do cemitério paroquial no Campo da Cruz, onde estava o cruzeiro nessa data deslocado para o adro, diante da fachada principal da igreja, localização que mantém actualmente; 1937 - data inscrita no patamar do altar-mor;
    1941, 8 de Dezembro - data inscrita sob o mostrador do relógio da torre.
  • Tipologia (Texto da DGEMN)
    Arquitectura religiosa, gótica e barroca. Igreja paroquial de origem gótica com planta longitudinal de nave única e capela-mor ampliadas no comprimento pela reforma barroca, que lhe acrescentou ainda a sacristia do lado direito. A igreja foi também alteada por reforma ecléctica que lhe adossou igualmente torre sineira quadrada junto da frontaria; cachorrada constituída por modilhões simples; arcossólio em arco quebrado de arestas chanfradas.
  • Características Particulares (Texto da DGEMN)
    Dois nichos de recorte em arco quebrado postos a par na capela-mor, destinado um a sacrário e o outro para guarda do missal; a parede interior esquerda da capela-mor tem vestígios de pintura mural; fachadas laterais da nave com diferente organização dos vãos; a torre sineira é ligeiramente recuada em relação ao plano da fachada principal.
  • Dados Técnicos (Texto da DGEMN)
    Paredes autoportantes.
  • Materiais (Texto da DGEMN)
    Granito (cantarias), telha marselha, azulejos, madeira (portas, caixilhos, retábulos, pavimento e coberturas internas)

1 comentário:

cláudia disse...

Encontrei este blog enquanto fazia pesquisa na net sobre a Igreja Paroquial de Santa Cruz de Alvarenga. Estou a preparar a minha tese de mestrado e pretendo estudar esta igreja, no entanto tem sido bastante complicado compilar informação que justifique o seu estudo. Se porventura tiver disponibilidade para me facultar material de investigação por favor contacte-me para o meu e-mail : claudia.pop@iol.pt.
Acho que todos os esforços para realçar o valor do nosso património são poucos.
Obrigado

Cláudia